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Pesquisa da Uern investiga impacto de vídeos com a técnica ASMR sobre sintomas de ansiedade e depressão

Se já é consenso científico que o uso excessivo de equipamentos eletrônicos, como o computador e o celular, pode ocasionar ou acentuar problemas físicos e mentais, isso não significa que a tecnologia, desde que bem empregada, não possa ser uma aliada no combate a distúrbios como a ansiedade.
Não à toa, em plataformas de streaming de áudio e vídeo, uma extensa variedade de conteúdos se propõe a ajudar os espectadores a atingir objetivos como reduzir o estresse e a ansiedade, ter um sono de maior qualidade, estudar ou trabalhar com mais foco, entre outras ações voltadas à saúde mental ou produtividade.
Diante da popularização dessas ferramentas, seu uso tem se tornado alvo de estudos e pesquisas científicas que buscam analisar seus efeitos não apenas entre o público geral, mas também sobre grupos específicos. Uma dessas pesquisas, em andamento hoje na Uern, investiga os efeitos de uma categoria específica de conteúdo que sofreu um boom de popularidade durante a pandemia – os vídeos ASMR.
A sigla vem do termo inglês “Autonomous Sensory Meridian Response”, que pode ser traduzido como “Resposta Sensorial Autônoma do Meridiano”. Se o nome sugere um processo complexo, pouco acessível, essa sensação não se reflete nos vídeos, que são caracterizados pelo uso de recursos sonoros (como sussurros ou manuseio de determinados objetos) como forma de provocar sensações como relaxamento, sonolência ou maior concentração.
O autor da pesquisa, o aluno Edley Holanda, da Faculdade de Enfermagem (Faen), iniciou o estudo a partir de uma experiência pessoal. “Eu entrei em contato com ASMR faz muitos anos, porque eu tinha dificuldades para dormir e costumava ouvir sons de chuva no YouTube para ajudar. Através de comentários e recomendações do próprio aplicativo, eu descobri os vídeos de ASMR, com o propósito de causar relaxamento, calmaria e ajudar na insônia. Foi tudo o que eu precisava”, conta o estudante, que transformou o interesse pelo assunto no tema de seu trabalho de conclusão de curso.
Na pesquisa, Holanda analisa os efeitos do ASMR especificamente sobre estudantes universitários. “(O meio acadêmico) é um ambiente que contém muitos aspectos psicológicos durante a formação, que podem ser estressantes, resultando em um adoecimento da comunidade estudantil”, aponta o aluno.
Entre os fatores estressantes que envolvem o período da graduação, o estudante cita tanto aspectos ligados à vivência acadêmica, como a busca pelo bom desempenho e a necessidade de otimizar o tempo, quanto questões mais particularidades de cada aluno, a exemplo da eventual necessidade de morar longe da família ou de enfrentar dificuldades financeiras para realizar atividades do curso.
“Esse tema também pode abrir novos horizontes de pesquisa, sendo que os transtornos mentais já eram muito presentes para os universitários, mas nesse período de pandemia e isolamento, os ‘estressores’ na graduação foram agravados”, enfatiza Holanda.
Coordenadora da pesquisa, a professora Kelianny Pinheiro Bezerra, da Faen, ressalta a importância do estudo especialmente diante do número reduzido de investigações desse tipo com foco no ASMR.
“Considerando o aumento dos sintomas de ansiedade e de depressão que emergiram com a pandemia e o ensino remoto, temos a missão, enquanto universidade, de buscarmos estratégias que transcendam o uso de medicamentos para o seu enfrentamento. Sendo o enfermeiro um profissional que lida cotidianamente com pacientes que apresentam ansiedade e depressão, deve tentar compreender como ela pode promover o alívio dos sintomas entre estudantes universitários”, salienta a professora.
Para realizar a pesquisa, Holanda disponibilizou um questionário on-line que pode ser acessado por estudantes da Uern, com idade superior a 18 anos, que apresentem sintomas de ansiedade e depressão.
Os participantes visualizarão vídeos de ASMR e relatarão a ocorrência ou não de impactos nos sintomas comuns da depressão e da ansiedade. As orientações para visualização dos vídeos serão feitas pelos pesquisadores.
Os interessados em participar da pesquisa podem acessar este link e ver mais detalhes.
A saúde mental como prioridade
Se o tema da saúde mental recebe atenção da universidade no campo da pesquisa, entre as ações voltadas à assistência estudantil não é diferente. Desde o início da pandemia do coronavírus, a equipe multiprofissional com atenção à saúde mental da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), por meio do Setor de Assistência Estudantil (SAE), atende de forma virtual demandas específicas da assistência estudantil, ressignificando situações que interferem na vivência acadêmica e garantindo a permanência dos estudantes.
Os atendimentos são realizados para alunos da graduação e pós-graduação (incluindo os estudantes da modalidade a distância) através da plataforma Google Meet, sendo o acesso feito por demanda espontânea, através de agendamento prévio pelo e-mail apoiomultiprofissional.prae@uern.br, não necessitando de encaminhamentos.
“Os atendimentos espelham o cuidado com a comunidade acadêmica, visando compreender as principais dificuldades vivenciadas pelos estudantes. As ações da equipe multiprofissional visam à promoção da saúde mental, com a intenção de prevenir, oferecer suporte e apoio em relação às situações que provocam o adoecimento mental ou agravamento de quadros pré-existentes”, destaca a psicóloga educacional Katarine Andrade, uma das profissionais que atuam na equipe.
Para a psicopedagoga Gregória Queiroz, também membro da equipe, o atendimento consiste ainda em uma forma de auxiliar os alunos a adotarem medidas e posturas importantes para sua saúde mental. “O estudante precisa, dentro da sua realidade, se organizar e procurar manter uma rotina atrelada a bons hábitos para que possa fazer uma boa gestão do seu tempo e, claro, buscar ajuda sempre que necessário”, salienta.
A psicopedagoga aponta também outras iniciativas desempenhadas pela pró-reitoria, a exemplo do projeto #Praserfeliz, que ressalta a temática da felicidade como fator relevante para o enfrentamento das adversidades vivenciadas pelos estudantes. O tema tem sido trabalhado, em formato de evento, como comemoração ao dia do estudante, com palestras, bate-papo, dinâmicas e sorteios.
Gregória cita ainda o projeto “De dentro pra fora” – ação alusiva à campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. A iniciativa integra a programação do evento “Uern pela vida”, tendo como objetivo a prevenção e promoção da saúde mental e o favorecimento do bem-estar da comunidade acadêmica, de forma ativa e lúdica, através de atividades que proporcionam reflexões para a ressignificação da vida e apoio emocional.
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