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Egressa da Uern receberá prêmio do Conselho Nacional de Justiça

A egressa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), Poliana Nara de Oliveira Bezerra, será uma das agraciadas pelo Prêmio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Juíza Viviane Vieira do Amaral, na categoria produção acadêmica, por uma dissertação de Mestrado defendida em 2020. A solenidade será realizada no dia 30 deste mês, no Plenário do CNJ, em Brasília.

Toda a sua formação profissional foi na Uern, desde a primeira graduação em Letras (2008, Campus de Pau dos Ferros), Especialização em Literatura e Estudos Culturais (2010), a segunda graduação em Direito (2015, Campus de Mossoró) e o Mestrado em Ciências Sociais e Humanas (2020).

“O Testemunho Midiático e os Crimes de Feminicídios” foi o título da dissertação, que contou com a orientação do professor Dr. Francisco Vanderlei de Lima.

Para Poliana Nara, receber uma premiação de um concurso de nível nacional como o Juíza Viviane Vieira do Amaral, promovido por uma instituição como o Conselho Nacional de Justiça, é uma alegria enorme, que ultrapassa a dimensão acadêmico/profissional.

“É ter o reconhecimento pelo esforço empreendido durante a pesquisa e na construção da dissertação. É reafirmar a importância da educação pública e dos frutos que ela produz. É também demarcar, como mulher, um lugar de fala contra a violência sofrida por número considerável de mulheres. A premiação permite ainda divulgar esse trabalho e, a partir disso, reafirmarmos a necessidade de problematizarmos, tanto no espaço acadêmico como social, sobre o crime de feminicídio e suas consequências, para que possamos colaborar com a construção de uma sociedade com mais equidade de gênero e ações propositivas que garantam o respeito aos direitos das mulheres”, destacou a egressa da Uern.

Dissertação

Poliana ressalta que é frequente nos meios de comunicação nacional e regional matérias que tratam de casos de feminicídios, mesmo após o Estado ter promulgado a Lei 13.104/15, que alterou o art.121 do Código Penal, tipificando o crime de feminicídio e o incluindo no rol dos crimes hediondos.

Essa realidade nos permite constatar, continua a egressa, que as medidas legais não têm sido suficientes para transformar a grave realidade brasileira, se fazendo necessário aliar outras medidas e ações para o enfrentamento da violência sofrida pelas mulheres, especialmente, a violência que ocorre no ambiente doméstico e familiar.

“Nessa perspectiva, vislumbramos o papel que as mídias podem desempenhar ao pautar o debate sobre feminicídios, projetar visibilidade e construir valores e representações sociais”, acrescenta.

Diante dessas percepções, o objeto de estudo escolhido para a pesquisa foi analisar as matérias relacionadas a feminicídios veiculadas no blog Passando na Hora e nos portais Mossoró Hoje e Tribuna do Norte, entre os anos de 2015 a 2018, objetivando entender como a mídia local constrói as notícias sobre feminicídios, quais elementos ou aspectos que os jornalistas costumam abordar nas matérias e que contribuições dão ao enfrentamento do problema.

Segundo ela, os resultados apontam para a necessidade de um trabalho jornalístico investigativo aprofundado, de modo a correlacionar o crime de feminicídio aos aspectos históricos, culturais e políticos que o caracterizam, uma vez que as matérias analisadas se concentram na grande parte em abordagens factuais, sensacionalistas e sob forte viés policialesco.

O estudo aponta ainda que embora as mídias necessitem aprimorar o fazer jornalístico, é inegável que têm papel importante e estratégico na geração de visibilidade sobre feminicídios, podendo ser uma importante aliada no enfrentamento dessa violência e no debate sobre gênero, tão necessário a nossa sociedade.

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