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Maxsuel Marcos Fernandes de Lima defendeu sua tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) em 29 de fevereiro. Além da aprovação, o agora doutor se destacou por construir, durante seus estudos, uma rede de colaboração interdisciplinar em pesquisa.

Seus esforços resultaram em sete artigos publicados, e um submetido, em periódicos europeus e americanos, além de ter recebido um prêmio em um congresso internacional promovido pela Sociedade Brasileira de Física (SBF). Para os responsáveis pelo programa de pós-graduação na Uern, esse resultado é um marco importante tanto para ele quanto para a Instituição.

De acordo com Maxsuel, as colaborações foram construídas de várias formas e em diferentes áreas. Na sua tese, a proposta inicial era estudar algumas propriedades do genoma de animais. Enquanto sistemas complexos, deve-se estudá-los utilizando as chamadas estatísticas generalizadas – modificações feitas na mecânica estatística convencional de Boltzman-Gibbs. “Em uma conversa com meu orientador, decidimos expandir isso também para os vegetais e os vírus”, disse.

Surgiu, então, o nome do professor Glauber Henrique, da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa) e referência nacional em melhoramento genético de cucurbitáceas. Foi a primeira colaboração. Houve ainda a submissão de projeto para pós-doutorado para continuar a pesquisa.

Com o sucesso, as colaborações continuaram. Da Uern, com o professor Vamberto Dias Mello. Da Universidade Federal do RN (UFRN), os professores Raimundo Silva, Umberto Fulco, Manoel Vasconcelos e Jonas Ivan. Nesses trabalhos, publicados em revistas A1 e A2, as mais altas categorias em pesquisa, Maxsuel aparece como autor principal, mas ele não parou por aí, e está em outros trabalhos como segundo autor.

Nessa condição, a primeira pesquisa foi com o professor Raimundo Silva e seu estudante de doutorado Jonathan Pessoa Correia, ambos da UFRN. Trabalhou-se sobre o comportamento multifractal do genoma de algumas espécies de coronavírus.

Outra colaboração foi com o doutor Moisés Pereira, amigo de Maxsuel, e seu orientador, professor José Dias do Nascimento. “Aplicamos os métodos que utilizei para estudar o genoma vegetal e viral para estudar rotação estelar, e obtivemos sucesso. A colaboração rendeu um artigo publicado em outra revista de renome internacional com qualis A1”, disse.

Por fim, houve uma colaboração com os professores da Uern José Ronaldo, do Departamento de Física, e Kleberson Porpino, do Departamento de Biologia, sobre o uso de uma ferramenta da biologia para classificar galáxias. Os trabalhos constituíram marcos para o PPGF.

Resultados refletem compromisso da Universidade com pesquisas de alta qualidade

Para a professora Ellany Gurgel, titular da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Uern, Maxsuel é um exemplo do comprometimento e excelência acadêmica que se busca cultivar na Universidade. “O sucesso de Maxsuel não apenas é um testemunho de sua dedicação e capacidade, mas também reflete o compromisso contínuo do PPGF em promover uma pesquisa de alta qualidade”, comentou.

Maxsuel Marcos, durante a defesa de sua tese de doutorado (Foto: Cedida/arquivo pessoal)

Os colaboradores do agora egresso também elogiam a iniciativa. Para Moisés Pereira, “Maxsuel é um cara multidisciplinar e com muita sede de fazer ciência. Em particular, a área que ele trabalha (estatísticas generalizadas, por exemplo, as estatísticas de Tsallis e kaniadakis) é muita promissora, tem aplicações em diferentes campos do conhecimento, indo da biologia a astrofísica”.

“Ele é um estudante fora da média, de fato, é um rapaz muito proativo, é uma pessoa muito organizada, trabalha duro, compreendeu o que é ser um pesquisador, que é buscar ideias, não em livros, mas em artigos científicos, e se mostrou uma pessoa muito competente no que faz”, disse o professor Raimundo Silva, para quem Maxsuel poderá, num futuro breve, contribuir com a ciência na região Nordeste.