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Se as notícias impressas retratando casos de feminício e os calçados simbolizando trajetórias interrompidas, expostos ao longo deste mês na sala de espera do Hospital da Mulher, já suscitavam a reflexão sobre os impactos da violência doméstica, a importância do tema foi enfatizada, na manhã desta terça-feira (15), através de uma roda de conversa com pacientes da unidade.

Contando com representantes da Uern, do Hospital da Mulher, da Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar e do Juizado de Violência Doméstica Contra A Mulher, a roda de conversa abordou uma série de questões relacionadas à temática, envolvendo desde a prevenção até as formas de combater a violência.

“A rede de proteção à mulher tem se fortalecido e nós vemos uma diminuição dos números de feminicído. As denúncias de violência têm crescido, mas isso é positivo porque mostra que as mulheres não estão caladas”, destacou a assistente social do Juizado de Violência Doméstica Contra a Mulher Ligiane Costa.

Para a agricultora Maria Rainuce, uma das pacientes que acompanharam a iniciativa, é nítida a maior consciência das mulheres e da sociedade em geral sobre a violência doméstica, em comparação com épocas anteriores.

A roda de conversa foi realizada na sala de espera do Hospital da Mulher

“Acho que antigamente as pessoas tinham mais medo. Não falavam muito. Hoje isso já mudou muito, mas é muito importante a gente ter momentos como esse”, comentou.

Durante a roda de conversa, Ligiane Costa também explicou detalhes sobre a rede de proteção às mulheres, que envolve diversas instituições do Estado e Município, e comentou sobre os diferentes tipos de violência de que as mulheres podem ser vítimas.

Também presente à roda de conversa, a soldado S. Freitas, da Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar, ressaltou o fato de que a violência doméstica não ocorre apenas da parte de parceiros, mas pode ser praticada por qualquer pessoa com quem a mulher conviva, a exemplo de pais e irmãos.

A psicóloga Helen Pereira explicou o funcionamento da Sala Lilás da unidade de saúde

 

A representante da Patrulha também explicou detalhes sobre a atuação do grupo e salientou a disponibilidade da equipe para atender as vítimas de violência a qualquer momento. “O Agosto Lilás é o ano inteiro”, frisou.

Sala Lilás
Outro ponto abordado durante a roda de conversa foi a Sala Lilás do Hospital da Mulher, a qual é destinada ao atendimento de vítimas de violência doméstica.

“A sala conta com uma equipe multidisciplinar, com profissionais da psicologia, assistência social, enfermagem e medicina, voltados a atender todas as demandas que as mulheres trouxerem nesse momento”, explicou a psicóloga do Hospital da Mulher Helen Pereira.

Conforme a psicóloga, as mulheres tanto podem chegar ao espaço após serem encaminhadas por outras unidades como também podem ir ao local espontaneamente.

A Sala Lilás funciona de segunda a sexta-feira, das 7 da manhã às 7 da noite. As denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas à Patrulha da Polícia Militar, através do telefone 190, ou à Patrulha da Guarda Municipal, pelos telefones 153 e (84)98631-7000 (Whatsapp).

Ao longo do mês, a exposição organizada em parceria com a Uern alerta sobre a violência contra a mulher