Como instituição de ensino socialmente referenciada, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) desempenha um papel fundamental pela promoção de uma cultura de respeito e igualdade de gênero. Durante esse mês, todos os setores se mobilizam em torno do Agosto Lilás, uma campanha de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher.
Criada com o objetivo de intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha, a campanha, de âmbito nacional, também objetiva sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência contra a mulher, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes.
No âmbito da Uern, a campanha contempla uma série de atividades que foram construídas em consonância com a Resolução Nº 41/2022 – CD, que aprovou a política de prevenção e enfrentamento das violências contra as mulheres no âmbito da Fuern e da Uern.
Durante esse mês, a Uern lançará, em três momentos, a cartilha “A Força da Rede: enfrentando a violência doméstica e familiar contra as mulheres”, que foi produzida pelo Núcleo de Estudos sobre a Mulher – Simone de Beauvoir (NEM), da Faculdade de Serviço Social (Fasso), em parceria com o Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (JVDFM).
O documento tem como objetivo garantir o conhecimento sobre a rede de serviços disponível para atender, acolher e proteger mulheres em situação de violência doméstica e familiar e traz informações sobre o conjunto de instituições que prestam serviços especializados, responsáveis por ouvir, proteger e acompanhar as mulheres.
O primeiro momento será nesta terça-feira, 8, durante o “Seminário em Alusão à Lei Maria da Penha – 17 anos”, às 8h30, no Teatro Lauro Monte Filho. O segundo será na Sala Lilás do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (JVDFM), no Fórum Dr. Silveira Martins, dia 14, às 9h. O terceiro acontecerá no dia 22, no Campus Mossoró da Uern.
Ana Angélica, titular da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), lembra que violência doméstica e familiar é um grave problema social que afeta milhares de mulheres em todo o mundo, independente de classe social, raça ou idade. Essas violências, continua a servidora, muitas vezes ocorrem de forma silenciosa e invisível, impedindo que as vítimas busquem ajuda e denunciem seus agressores.
“Essa triste realidade também se faz presente no ambiente acadêmico, onde mulheres podem ser vítimas de agressões, assédio e discriminação. A Uern, como instituição de ensino e formadora de opinião, desempenha um papel fundamental no combate a essa violência e na promoção de uma cultura de respeito e igualdade de gênero. A campanha Agosto Lilás é uma oportunidade para a Universidade reforçar seu compromisso com a proteção dos direitos das mulheres e com o incentivo à denúncia e ao acolhimento das vítimas”, defende.
Uma das ações importantes realizadas pela Pró-Reitoria durante a campanha é o fortalecimento dos atendimentos oferecidos pela sua equipe multiprofissional (psicólogas, assistente social e psicopedagoga), que têm um papel essencial no apoio às estudantes que podem estar enfrentando situações de violência.
Embora, a Lei Maria da Penha faça 17 anos nesta segunda-feira, 07, o Brasil está no 5º lugar em numero de feminicídios. Além disso, os dados de violência contra a mulher, seja no ambiente doméstico, no trabalho ou na rua.
“De forma que tornar a violência contra as mulheres é um assunto público, de responsabilidade de toda a sociedade e é urgente se quisermos ter uma sociedade mais igualitaria e desenvolvida”, ressalta a professora Suamy Soares, responsável pelo eixo de Relações e Identidade de Gênero, Direitos das Mulheres e da Comunidade LGBTQIA+ da Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (DIAAD).
Levar o debate para além da Uern e para além do mês de agosto é um desafio que precisa do engajamento da sociedade.
“Queremos sensibilizar as mulheres para o fato de que elas não estão sozinhas e que temos uma rede de enfrentamento a violência para ajudá-las. Queremos romper o ciclo da violência e incentivar as mulheres a denunciar. Mas, queremos mais, sensibilizar mulheres a identificarem relacionamentos abusivos e sair deles, sensibilizar os homens a construírem relações mais igualitárias com as mulheres e também capacitar os canais de acolhimento a mulheres em situação de violência. Demandas que são sistemáticas e extrapolam o Agosto Lilás, mas que precisam ser pautadas nele”, complementa Soares.
Falar sobre o Agosto Lilás é, para Sephora Edite, titular da Ouvidoria da Uern, trazer luz à necessidade premente de educar a sociedade sobre a importância da equidade de gênero, do respeito aos direitos das mulheres e da construção de um mundo livre de violência baseada no gênero.
“Desde que assumimos a Ouvidoria, envidamos esforços na realização da campanha sobre tão importante tema a partir do ano de 2021, sendo esta, portanto, a terceira iniciativa realizada, desta vez contando com o apoio dos mais variados setores, o que corrobora, ratifica e proporciona a devida relevância da temática. A campanha destaca a necessidade de se reconhecer a violência contra as mulheres como um grave problema social, além de estimular a denúncia de casos de violência, fortalecendo a rede de apoio e incentivando mulheres a buscarem ajuda, seja através de serviços da Ouvidoria, que hoje está descentralizada, presente em todos os campi, como também no Núcleo de Estudos sobre a Mulher (NEM), no acompanhamento multiprofissional para estudantes ofertados pela Prae e tantos os outros prestados para a nossa comunidade”, destacou a ouvidora.
A campanha Agosto Lilás é desenvolvida pela Uern numa parceria entre o Núcleo de Estudos sobre NEM, a Ouvidoria, a Diaad, o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, a Prae, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep), dentre outros setores da Universidade.
A iniciativa também visa o alcance do 5º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, que trata da igualdade de gênero.
Programação:
- Dia 01 – Exposição “Os passos interrompidos pelo feminicídio”, no Hospital da Mulher Parteira Maria Correia
- Dia 03 (16h – Online) – Reunião da Comissão Permanente para acompanhamento e enfrentamento das violências contra as mulheres na Uern
- Dia 09 – Local: Auditório da Faculdade de Serviço Social (FASSO)
Quarta cinematográfica – Edição Especial: Agosto Lilás em tela
Momento 1 (8h) – Exibição do Filme Estrelas além do tempo
Momento 2 (14h) – Exibição do Filme a Cor Púrpura (mediação da PRAE)
Momento 3 (19h) – Roda de conversa sobre Relacionamentos Abusivos (Mediação: Suamy Soares Diaad/FASSO e Ouvidoria)
- Dia 15 (8h30) – Roda de conversa sobre violência contra a mulher na sala de espera do Hospital da Mulher – Patrulha Maria da Penha
- Dia 16 (7h) – Acolhimento nos Campi – Blitz educativa
- Dia 16 (16h – on-line) – Roda de Conversa “Violência por onde andas? Relacionamentos abusivos e impactos para as mulheres” com Fernanda Marques (Fasso/Uern) e PRAE)
- Dia 22 (10h) – no Auditório da FASSO
Lançamento da Cartilha “A Força da Rede: enfrentando a violência doméstica e familiar contra as mulheres” – do Núcleo de Estudos sobre a Mulher – Simone de Beauvoir
- De 21 a 25 de Agosto – Ciclos Formativos sobre Violência contra a mulher com agentes comunitários de saúde e no Hospital da Mulher
- Dia 31 – A Uern, no intuito de compor a Rede Universitária de prevenção e enfrentamento às violências contra as mulheres, realiza chamamento público para os membros da comunidade acadêmica que, no âmbito da Uern, possam integrar ações, projetos, programas, núcleos, grupos de pesquisa e outras formações símiles que contribuam para o alcance dos princípios e fins da política estabelecida na Resolução nº 41/2022 – CD. A Rede Universitária integrará o observatório que será disponibilizado na página da Uern contendo pesquisas, projetos, ações, dentre outros, desde que sejam associados à temática da violência contra às mulheres.