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Inaugurado há quase 100 dias, o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia vem oferecendo uma série de serviços em parceria com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) para suprir uma demanda reprimida de anos na rede de atenção especializada em saúde, beneficiando mulheres, crianças e adolescentes de mais de 60 cidades de diversas regiões do Estado.

Administrado pela Secretaria de Saúde Pública (Sesap) e com gestão acadêmica da Uern, a unidade hospitalar oferece serviços que até então não estavam acessíveis na região, como o Ambulatório Trans e Travesti, reprodução assistida, cardiopediatria, densitometria, dentre outros.

O Ambulatório de Práticas Integrativas, com atendimentos feitos por professores e estudantes vinculados ao Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Nupics), e a Sala Lilás, um espaço exclusivo e diferenciado, com atendimento prioritário, destinado a mulheres, crianças e adolescentes em situação de violência, são um grande diferencial na oferta de serviços.

“Além disso, temos uma relevante participação das Residências da Uern, com a inserção da Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia, possibilitando a ampliação dos atendimentos ofertados pelo Hospital, como também a Residência Multiprofissional em Atenção Básica, Saúde da Família e Comunidade no que diz respeito ao atendimento compartilhado, possibilitando uma atenção integral às pacientes; Também temos a Residência em Medicina da Família e Comunidade fornecendo suporte no Ambulatório Trans e Travestis”, explica a enfermeira Hosana Mirelle, servidora da Universidade, diretora de gestão acadêmica do Hospital da Mulher.

Ademais, a Uern está participando de todas as atividades formativas, colaborando com o processo de formação dos profissionais e a construção dos materiais de trabalho.

Desde que entrou em funcionamento, a unidade de saúde vem ampliando sua atuação paulatinamente. No momento, os esforços estão sendo concentrados, conforme Hosana Mirelle, para a abertura parcial dos demais serviços.

“Nesse ínterim, finalizaremos a implantação dos serviços ambulatoriais de alto risco integrantes da carta de serviços do Hospital. Além disso, estamos construindo dois projetos de residência Uern/Sesap na área de escopo do hospital, para que possamos ampliar as possibilidades de formações”, acrescentou.

Etapas

A Uern está participando de todas as atividades formativas no hospital (Foto: Hosana Mirelle)

Quando estiver em pleno funcionamento, a estrutura pública oferecerá, dentre outros serviços, cirurgias eletivas de médio e grande porte. Terá uma agência transfusional, uma unidade interligada de cartório para dar dignidade à mãe e ao bebê e prestará serviços de urgência e emergência obstétrica, ginecológica e neonatal.

Contará com leitos neonatais de cuidados progressivos, centro de parto normal humanizado, unidades de terapia intensiva adulto e neonatal, além da unidade de ensino e pesquisa, incluindo sala de simulação e biblioteca.

Pela sua imensidão, o hospital iniciou seu funcionamento por etapas, primeiramente com a unidade ambulatorial para dar acesso às necessidades de saúde de mulheres e pessoas com útero, com atendimento de pré-natal de alto risco, mastologia, ginecologia, ultrassonografia, cardiotopografia e práticas integrativas de saúde.

Está incluso atendimento de mulheres e pessoas com útero vítima de violência sexual, entre outros serviços, como salas de vacina e de observação.

São prioridades para funcionamento, em breve, um banco de leite, um centro de apoio diagnóstico e um laboratório de análises clínicas, tudo através do Regula RN, sistema que visa aperfeiçoar e dar transparência ao processo regulatório do Sistema Único de Saúde (SUS) do Estado.

Sala Lilás

Propiciar um espaço acolhedor, de orientação, com atendimento humanizado e especializado a vítimas de violência é a proposta da recém-inaugurada Sala Lilás Profª. Roberta Cláudia Bezerra Soares, no Hospital da Mulher.

Trata-se de um espaço exclusivo e diferenciado, com atendimento prioritário, destinado a mulheres, crianças e adolescentes em situação de violência. A implementação visa contribuir para que as vítimas se sintam mais à vontade e seguras para relatar o ocorrido e buscar ajuda, além de evitar a revitimização e a exposição desnecessária em ambientes comuns de atendimento.

Além do atendimento especializado, o espaço contará com a realização de ações educativas, de prevenção e de capacitação para a população em geral e para os profissionais de saúde e assistência social, visando conscientizar sobre a importância da denúncia e do enfrentamento à violência contra uma mulher.

A escolha do nome para a Sala Lilás é em memória a professora da Uern, Roberta Cláudia, que foi assassinada pelo ex-marido Joab Antônio da Silva, na madrugada de 24 de outubro de 2003. Após ser espancada, então grávida de 05 meses, ela foi atirada do terceiro andar do apartamento onde o casal morava.