Uma pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde (Facs) receberá financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), conforme edital da Chamada Universal 10/2023.
O projeto se chama “Uso crônico da Amiodarona em pacientes com Doença de Chagas: reações adversas e possíveis efeitos na modulação das vias de morte celular e na resposta imune inata”; o professor Thales Fernandes é o coordenador.
“O projeto visa procurar maneiras não invasivas e sensíveis o suficiente para aumentar a segurança do uso do principal antiarrítmico (medicamento usado para controlar alterações no batimento do coração) utilizado em pacientes com Doença de Chagas, que se encontram em um estágio mais avançado da doença”, explica o professor.
De acordo com ele, “a utilização da amiodarona em pacientes com cardiomiopatia chagásica crônica se faz necessária para o controle de arritmias ventriculares complexas e prevenir morte súbita. No entanto, sabe-se das reações adversas graves associadas ao fármaco. Desta forma, pretende-se avaliar se reações menos graves poderiam predizer desfechos mais graves. Somado a isso, avaliar os mecanismos associados à gênese dessas complicações nos possibilitará propor estratégias terapêuticas menos invasivas e sensíveis o suficiente para se manejar de forma mais segura o tratamento destes pacientes”.
Montado por um grupo de pesquisadores da Facs, incluindo docentes, alunos de Pós-Graduação, alunos de iniciação científica e técnicos-administrativos, o projeto faz o acompanhamento multidisciplinar com os pacientes.
“Ao longo dos últimos anos tem-se percebido algumas alterações clínicas nos pacientes com Doença de Chagas que utilizavam amiodarona, e que possivelmente poderiam estar associadas a uma toxicidade do medicamento – que pode ser bastante grave”, completa o professor. Daí surgiu a ideia de aprofundar os estudos através de um projeto multidisciplinar que avaliaria aspectos clínicos, exames de imagem, análises laboratoriais, dentre outras. Agora, com o financiamento do CNPq, a pesquisa terá novas perspectivas de desenvolvimento.