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A Faculdade de Ciências da Saúde (Facs) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) é o único local, público ou privado na área da saúde, na região oeste potiguar a ter um citômetro de fluxo. Ao realizar a análise de células e partículas biológicas, o equipamento oferece inúmeras possibilidades nas pesquisas científicas e facilita o diagnóstico de doenças como leucemia. Ao longo dessa semana, estudantes da pós-graduação estão participando de um curso teórico-prático sobre a metodologia de citometria de fluxo.

A capacitação, iniciada no dia 17 e que segue até sábado, 22, é voltada aos(às) estudantes do Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular (PMBqBM), do Programa de Pós-Graduação Multicêntrico em Ciências Fisiológicas (PPGMCF) e do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade (PPGSS).

A técnica da citometria é indispensável nas pesquisas científicas relacionadas às áreas da saúde e biológicas. Sua capacidade de analisar múltiplos parâmetros celulares em alta velocidade e em grande quantidade de amostras a torna extremamente valiosa para avanços na compreensão de diversos processos biológicos.

Os participantes estão aprendendo sobre princípios básicos da técnica, preparação de amostras, aquisição e análise de dados, bem como aplicações em diferentes áreas da vida.

Durante as aulas, os pós-graduandos preparam o material biológico e manuseiam o citômetro de fluxo, realizam aquisições de dados, analisam os dados e interpretam os resultados obtidos. Além disso, o curso conta com palestras de especialistas na área.

O professor Thales Fernandes, coordenador local do PMBqBM, explica que a citometria de fluxo é bastante utilizada na prática clínica, como por exemplo, para o diagnóstico de leucemias, mas também pode ser utilizada para responder várias perguntas biológicas de pesquisas na área da vida.

“É uma metodologia de ponta que permite desenvolver pesquisas e métodos diagnósticos cada vez mais avançados, possibilitando um diagnóstico mais preciso a respeito de uma determinada doença, bem como identificar os fatores que estão associados ao desenvolvimento ou prognóstico de diversas patologias ou diversos mecanismos biológicos”, acrescenta.

A pós-doutoranda Raquel Queiroz, do PPGSS, através de uma parceria com a Universidade de São Paulo (USP), intermediou a vinda do pesquisador Guilherme Souza-Silva, seu colega de doutorado, ministrar o curso na Facs essa semana.

Em termos de possibilidades, a citometria de fluxo, acrescenta ela, amplia as pesquisas que estão em andamento.

“A gente consegue fazer uma série de análises de diferentes amostras, em diferentes condições, usando esse aparelho. Então, imagine uma pesquisa que está em andamento e poderia incluir a análise de amostras de pacientes. Aqui na Facs, a gente tem parceria com o Ambulatório de Doença de Chagas (ADOC), temos amostras dos pacientes. Com isso, a gente pode retirar a amostra desses pacientes e fazer as análises de imunofenotipagem e outros ensaios que a gente queira fazer, que são importantes, que vai enriquecer a pesquisa”, exemplifica.

O instrutor do curso ressalta ainda que a técnica é padrão ouro e utilizada em toda parte do mundo para diagnósticos e, no âmbito acadêmico, possibilita avaliar, por exemplo, a função de um fármaco.

“Eu quero ver se aquele fármaco induz uma resposta ante um patógeno ou ante uma bactéria, seja lá ela qual for. Então, eu consigo avaliar a função desse composto, desse extrato vegetal, dessa droga, frente à uma célula imune ou qualquer outra célula do nosso sistema. Eu consigo medir a função de células por meio desse equipamento, o que é importante, porque a gente pode enriquecer os nossos estudos dentro da universidade”, explicou Souza-Silva.