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Projetos de pesquisa

Projetos de pesquisa PIBICs

PROJETOS DE PESQUISA – PIBICs

Edição 2024/2025

 

 
Professora coordenadora: Luciana Fernandes Nery

Título do Projeto: EXTORSÃO CIBERNÉTICA E ESTUPRO VIRTUAL EM PLATAFORMAS DIGITAIS: UMA ANÁLISE À LUZ DOS ESTUDOS DISCURSIVOS FOUCAULTIANOS

Discente: Ana Vitoria Teixeira Jales

RESUMO DO PROJETO

A presente pesquisa tem como objetivo investigar os discursos das sobreviventes de extorsão cibernética e estupro virtual praticados através de plataformas digitais. Trata-se de desdobramentos dos estudos desenvolvidos no doutorado e busca dialogar com os trabalhos que estamos desenvolvendo no GELLIN (Grupo de Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários) do curso de Letras- Língua Portuguesa do Campus Avançado de Patu. Pretendemos analisar através das narrativas de si, como os aplicativos digitais podem ser utilizados para a prática de crimes sexuais. Além disso, buscamos compreender as estratégias discursivas e não  discursivas utilizadas pelo sujeito abusador para a prática de crimes sexuais cibernéticos e para o silenciamento das vítimas de extorsão cibernética e estupro virtual. Partimos da hipótese de que as plataformas de jogos digitais é um espaço comumente utilizado por sujeitos de diferentes faixas etárias e de que não há muito controle sobre a utilização desses meios digitais, possibilitando a prática de diversos crimes. Metodologicamente, nossa pesquisa apresenta um caráter qualitativo, de cunho descritivo e interpretativo ancorada nos Estudos Discursivos Foucaultianos para compreender as noções de discurso, relações de poder/saber, prática da confissão e os modos de objetivação/ subjetivação. Nos baseamos também nas leituras que versam sobre ciberfeminismos, estupro e mídias digitais.  Além deste referencial, tomamos com base Perrot (2005, 2019), Corbin (2021), Menezes (2019), Levy (2010, 2011), dentre outros, para compreender as questões relativas a uma história do silêncio, aos movimentos feministas e aos crimes virtuais. Desse modo, o percurso que faremos consistirá na observação e análise das confissões d(o)as sobreviventes de crimes cibernéticos, especificamente da extorsão e o estupro e esperamos poder contribuir para dar visibilidade a estes crimes frequentemente praticados nas plataformas digitais e que ainda são pouco divulgados.

Palavras-chave: Discurso; Extorsão cibernética; Estupro virtual; Silenciamento; Ciberfeminismos.

 

Edição 2023/2024

 

 
Professora coordenadora: Aline Almeida Inhoti

Título do Projeto: “Foi de 2001 para cá que eu vim despertar como quilombo”: negociação de identidades e(m) sentidos nas produções locais sobre a Comunidade Quilombola Jatobá/RN.

Discentes: Jaisa de Farias Targino e Lília Alexandrino de Araújo

RESUMO DO PROJETO

O presente projeto propõe analisar o modo como identidades da Comunidade Quilombola Jatobá, situada no município de Patu/RN, são negociadas em produções acadêmicas e midiáticas locais entre os anos de 2005 e 2023. A comunidade é reconhecida oficialmente como território quilombola desde 2004, mas foi, a partir de 2001, que membros iniciaram um reconhecimento enquanto comunidade que conquistou, por meio de um movimento negro que luta pela igualdade social no Brasil, a sua territorialidade (RODRIGUES; SANTOS; QUEIROZ, 2021). As inquietações para propor este projeto se devem ao fato de que há poucos materiais que visibilizam a comunidade, principalmente no resgate de sua memória e história pela visão dos próprios remanescentes do quilombo. Os materiais encontrados registram dados sobre a comunidade, a luta pelo reconhecimento da territorialidade, materiais relevantes para registro e validação identitária. Porém, ainda há poucas produções locais (registros/materiais), acadêmicos/científicos ou midiáticos, que visibilizam as vozes dos próprios membros da comunidade, em uma perspectiva êmica de escuta ativa e efetiva. Por isso, também, esta temática se faz importante, porque esta proposta visa pesquisar o que já foi “falado” sobre a comunidade para, a partir de então, possibilitar escutas outras sobre as gentes1 (VERONELLI, 2021, p.85) da comunidade, com intuito de ressaltar as formas de viver, pensar, produzir conhecimento e agir do grupo e das pessoas. É desta forma que este projeto busca elaborar compreensões sobre a atualidade do saber nos campos educacional/acadêmico, social-cultural-político, midiático e linguístico que possibilitem deslocamentos entre aquilo que é dito sobre a comunidade para, posteriormente, em trabalhos futuros, pesquisar aquilo que é vivenciado/sentido na comunidade pela perspectiva dos remanescentes. Valorizar a cultura e a história da Comunidade Quilombola Jatobá intensifica a responsabilidade e compromisso da universidade em não só “dar voz”, mas escutar a comunidade. Este projeto encarrega-se como um primeiro passo para, em propostas futuras, produções, registros e pesquisas sejam alavancadas. No que diz respeito à diversidade linguística, o projeto pauta-se na compreensão de que a linguagem é diversa, um terreno de disputas (HELLER & McELHINNY, 2017) e, por isso, de negociações de identidades cujo campo de significados sobre as produções culturais locais, em conjunto com outras, atribui sentidos na vida social mediada pela linguagem. Como questões de investigação, e inquietações da pesquisa, têm-se: Como as produções locais, que tematizam a Comunidade Quilombola Jatobá, negociam identidades sociais? Quais categorias sociais (históricas, culturais, raciais, de gênero, socioespaciais etc) são agenciadas nestas negociações? Como os materiais situam a comunidade, política-social-ideologicamente? Para quê e para quem estes materiais foram produzidos? Para responder a estes questionamentos, busca-se um levantamento de produções acadêmicas/científicas e midiáticas sobre a comunidade entre os anos 2005 e 2023, por meio de uma pesquisa documental, interpretativista e exploratória. Trata-se de uma investigação de paradigma quantitativo-qualitativo (CHIZOTTI, 2006) e método documental, cujo recorte da realidade sócio-educacional busca inteligibilidades sobre aspectos situados da realidade social, na perspectiva da Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 1998, 2008; CAVALCANTI, 1986; 2008), especificamente a produção do conhecimento acerca da Comunidade Quilombola Jatobá. Entende-se por documento as realizações produzidas por pessoas que se mostram como indícios de sua ação e que podem revelar suas ideias, opiniões e formas de atuar e viver (BRAVO, 1991). A análise de dados consistirá em um processo sistemático, coerente, sensível e criativo, cuja base teórica-epistemológica encontra nos estudos sobre as dinâmicas socioespaciais inerentes aos processos de formação, resistência, territorialidade e identidade dos territórios de quilombo brasileiros (MUNANGA, 2005; MOURA, 2001; SILVEIRA; MELO, 2021; GOMES, 2000; ISOLDI; SILVA, 2019), negociação de identidades (ZAVALA, 2010; INHOTI, 2022), raça e branquitude (KROSKITY, 2004; PINTO, 2018; NASCIMENTO 2016; TORQUATO, 2019; 2021; LEITE, 2020; CONCEIÇÃO, 2020; BENTO, 2002; CARDOSO, 2010; GONZALEZ, 1980), colonialismo e colonialidade do ser, saber, poder e de linguagem (HELLER & McELHINNY, 2017; QUIJANO, 1992, 2005; MIGNOLO, 2008, 2010, MALDONADO-TORRES, 2007; VERONELLI, 2015; 2021) o seu alicerce. Ressalta-se, em uma postura epistêmica, a impossibilidade de isolar a vida da política e da linguagem (MOITA LOPES, 2003) ou a linguagem da economia política (GARCEZ & JUNG, 2021). Desta forma, a relação entre teoria e análise torna-se inseparável (JUNG; SILVA; SANTOS, 2019). A escolha por esta perspectiva (ontológica e epistêmica) entende que os aspectos sobre a linguagem e comunicação se contrapõe aos modelos tradicionais e hegemônicos de língua que tanto vigoraram (e ainda vigoram) na sociedade. Modelos esses que compreendem a linguagem fora de um contexto social, focados na língua em um viés monológico, cuja análise linguística centra-se essencialmente no texto, isentando o escritor e sua perspectiva para entender a sua produção e suas negociações de identidades. Diante do posicionamento teórico-metodológico adotado, o trabalho propõe um olhar ético dos fatos e pressupõe que as produções locais são práticas letradas organizadas socialmente e podem contribuir para a valorização da história e memória e da identidade quilombola Jatobá/RN.

Palavras-chave: Comunidade Quilombola Jatobá; negociação de identidades; produções locais; colonialidade; branquitude.

 

Edição 2022/2023

 
Professora coordenadora: Annie Tarsis Morais Figueiredo

Título do Projeto: A perspectiva anticolonial tecida na prosa contemporânea de língua portuguesa: estética, raça e experiência histórica.

Discentes: Déborah Evelyn dos Santos Lima, Julianny Maria de Freitas Martins e Carlos Matheus Bezerra de Paiva.

RESUMO DO PROJETO

Na literatura contemporânea de língua portuguesa podemos encontrar críticas produtivas aos diversos modos de controle e destruição da vida, efeitos de poder advindos do colonialismo e racismo, sejam em configurações mais sutis, como na exploração do corpo negro pelos afetos e pela subjetividade, ou em formas mais evidentes de destruição coletiva, como a escravização e assassinato do povo negro, por exemplo. A fundação dos Estados nacionais modernos se deu (e esses se perpetuam) a partir de práticas violentas de cariz soberano (antigo e medieval), colonialista e racista, cultivando vários tipos de violências contra a população preta, pobre e periférica. As vidas desamparadas pelas leis, precisamente das comunidades negras que são abandonadas pela política do Estado de direito, são matérias sobre o tempo presente dentro do fazer literário. Nesse sentido, uma das razões deste projeto é dar continuidade ao que já foi feito em projetos anteriores: Literatura e biopolítica na prosa contemporânea portuguesa: um diálogo possível e “O que vale a vida aqui?” a necropolítica tecida na prosa contemporânea portuguesa. Aqui, como objetivo central, trata-se de analisar as construções literárias de três narrativas contemporâneas, precisamente, compreender de que modo elas evidenciam crimes contra as personagens negras, mas, sobretudo, investigar como há a presença de uma estética que é anticolonial e antirracista, cuja força advém da comunidade e do esforço cotidiano para contar e fazer novas experiências históricas em contraponto ao passado criado pela história oficial branca. Pretendemos, assim, contribuir com os estudos literários sobre a literatura negra contemporânea, refletindo a respeito das várias formas de se opor ao poder sobre as vidas e ao racismo que são experimentadas pelas personagens de A visão das plantas (Djaimilia Pereira de Almeida), Água de barrela (Eliana Alves Cruz) e Um corpo à deriva (Edimilson de Almeida Pereira). As três narrativas – uma luso-angolana e duas brasileiras, respectivamente –, selecionadas como corpus para efetuação da investigação, se inserem dentro da “crítica da crítica literária”, noção defendida por Luiz Maurício Azevedo em Estética e raça: ensaios sobre a literatura negra (2021). Além desse pesquisador, utilizaremos como principais teóricos Toni Morrison (2019), sobre a relação racismo e a literatura; Saidiya Hartman (2021), Rita Segato (2021), Aimé Césaire (2020), Franz Fanon (2011, 2020), Édouard Glissant (2021), Achille Mbembe (2018) e Grada Kilomba (2020), em suas diferenças, todos eles auxiliarão na compreensão da ferida colonial que se faz presente nas relações interpessoais, na língua/linguagem e produção literária contemporânea. Desta forma, compreende-se uma amostragem da literatura de língua portuguesa produzida hoje, essa na qualidade de instauradora contínua das questões raciais advindas da colonização e diáspora africana e mais, como configuradora de territórios de afirmação da vida negra e de desvelamento dos horrores de cunho fascista perpetrados pelos brancos europeus e/ou eurodescendentes contra as comunidades negras. Em outras palavras, estudaremos aqui uma literatura que não alimenta a velha ilusão de que vivemos em uma democracia racial.

Palavras-chave: Estética; Raça; Experiência histórica; Literatura anticolonial; Literatura antirracista.

 

 
Professora coordenadora: Beatriz Pazini Ferreira

Título do Projeto: A DRAMATURGIA DE HERMILO BORBA FILHO: MEDIAÇÕES ENTRE TEATRO POPULAR E PERSPECTIVAS MODERNAS

Discentes: Lucas Maia Gomes, Pedro Lucas Nunes dos Santos e Wyslania Elizia Nascimento dos Santos

RESUMO DO PROJETO

Este projeto de pesquisa explora o papel de Hermilo Borba Filho no processo de modernização do teatro brasileiro, sobretudo de sua dramaturgia. Interessa pesquisar o modo como Hermilo entende a cultura popular, sua função social e o modo de sua apropriação estética, ou seja, explorar e analisar como a organização formal teatral se apropria dos materiais e dos conteúdos mobilizados, em configurações próprias e que valorizam cada elemento trazido para sua composição. Além disso, buscamos compreender a importância de instâncias narrativas diversas, que são fundamentais para sua dramaturgia – seja por um personagem que conta uma história para outras personagens, seja diretamente por um narrador ou por indicações cênicas que perspectivam nossa leitura sobre a cena. Borba Filho foi diretor, participou de diversos grupos, fez interlocuções e diálogos com o teatro de outras regiões do Brasil, escreveu crítica, teoria e história teatral. Todas essas atividades tem impacto em sua dramaturgia, constituindo-se num todo que não prescinde de suas partes. Por exemplo, há a luta pela reconfiguração do campo que instaura valores nem sempre aceitos ou compreendidos pelos grandes centros, como as representações dos espetáculos populares do Nordeste, por exemplo: bumba meu boi, mamulengo, pastoril, fandango, entre outros. Trata-se de uma pesquisa explicativa e exploratória, de cunho qualitativo, que considera alguns pontos a serem discutidos para a compreensão da importância da investigação de autores como Hermilo Borba Filho que apresentava posição ativa no modos de ver o processo de modernização do teatro popular como objeto estético e como mediação entre vínculos formais e temáticos e, portanto, a partir de como esses vínculos se estabeleciam com a sociedade. A base metodológica para o desenvolvimento desta pesquisa é a crítica materialista, que estuda a mediação entre arte e sociedade, fundamentando-se em autores como Rosenfeld (1985) e Candido (1965). Também aproveitamos os estudos de Câmara Cascudo (1954; 1967; 1984) visto que aborda toda a tradição oral e popular do folclore brasileiro tão importante para nossa pesquisa, assim como Ayala e Ayala (1995); Vilhena (1995) e Renato Ortiz (1985), dentre outros, que discutem o lugar do folclore, das manifestações. Também aproveitam-se os estudos referentes à cultura popular, a partir das contribuições de Gilberto Freyre (1967) e Ricardo Germano (1926), que defendem a tradição regional, porque acreditam que, para manter a cultura de um país, é necessário manter a tradição artística regional, popular, indo, muitas vezes, contra a europeização burguesa e a mercantilização literária. No que se refere ao material teórico e científico sobre teatro popular é indispensável recorrer a autores como Joel Pontes (1966), Helena Kuhner (1975), além do próprio Borba Filho que possui uma vasta bibliografia em que discute sobre a modernização do teatro nacional, a partir do teatro popular. Para o aporte teatral, nomes como Bertold Brecht (2005) e Sábato Magaldi (1984) para entender a evolução do gênero dramático e as manifestações dos recursos teatrais utilizados pelos dramaturgos e encenadores. Dialogamos, ainda, com algumas pesquisas recentes (dissertações e teses), que discutem movimentos culturais populares que foram necessários para a construção de uma arte popular, que levam em conta as obras de Borba Filho, como: Cadengue (2011); Carvalheira (2011); Cavalcante Júnior (2016; 2017); Ferraz (2013; 2018); Genú (2016) e Luís Reis (2008).

Palavras-chave: Hermilo Borba Filho. Modernização do teatro brasileiro. Teatro popular. Espetáculos populares. Teatro brasileiro. História do teatro brasileiro.

 
Professora coordenadora: Antônia Sueli da Silva Gomes

Título do Projeto: LETRAMENTOS DO PROFESSOR: PROCESSOS FORMATIVOS DA DOCÊNCIA

Discente: David Cortez de Paiva

RESUMO DO PROJETO 

A pesquisa se organiza em torno da compreensão dos processos formativos dos licenciandos em Letras-Língua Portuguesa, possibilitados por programas formativos como o Programa Institucional de Iniciação à Docência – PIBID e o Programa Residência Pedagógica – PRP. Parte-se do princípio de que esses programas contribuem significativamente para a constituição dos letramentos necessários para a formação inicial do professor de língua portuguesa, formado pelo Curso de Letras-CAP/UERN, os quais decorrem dos processos interativos oriundos dos diferentes eventos discursivos que se realizam nesse contexto de formação docente. A investigação delimita-se a partir da questão: de que maneira os estudantes de iniciação à docência – EID (vinculados ao PIBID) e os residentes (vinculados ao PRP) articulam os usos e significados dos letramentos constitutivos da docência, nos contextos da universidade e da escola? Compreendendo esse contexto como amplamente produtivo para a formulação da resposta à questão central, outras questões emergem na confluência das ações que darão forma ao constructo da pesquisa, conforme apresentadas na introdução. As respostas a essas questões perpassam o entendimento de que os sujeitos que atuam nesse contexto devem aprimorar as relações dialógicas que possibilitam a apropriação de novos saberes e a reelaboração de outros preexistentes, resultando na construção de práticas de letramento que conduzam à superação de dificuldades e ao desenvolvimento de ações inovadoras que impulsionem a dinâmica das ações pedagógicas, no processo de ensino e de aprendizagem, nas escolas da educação básica e nos espaços formativos da universidade, constituindo, assim, os letramentos do professor. O conceito de letramento que ancora essa discussão tem respaldo nos estudos de Kleiman (1995, 2001, 2008), Kleiman e Silva (2008), Kleiman e Assis (2016), Street (2012, 2013, 2014). Temóteo (2019) fundamenta a discussão sobre as contribuições de programas formativos para a formação inicial do professor, respaldada por Tardif (2012) e Tardif e Lessard (2012) que discorrem sobre os saberes docentes e a relação trabalho e docência. Abordar os letramentos, nessa dimensão, diz respeito aos processos formativos que dão conta das aprendizagens construídas, no desenvolvimento das atividades de programas como o PIBID e o PRP. Para compreender a contribuição desses Programas, nesse contexto, a partir do funcionamento, ou seja, das atividades que realizam, são discutidos conceitos adjacentes como ‘eventos de letramento’ e ‘práticas de letramento’, a fim de compreender as relações que estabelecem com a dinâmica dos processos envolvidos na formação docente e que resultam no letramento do professor.

Palavras-chave: Letramentos do professor. Docência. Fomação Inicial. PIBID. Residência Pedagógica.

 

 
Professora coordenadora: Luciana Fernandes Nery

Título do Projeto: O USO DE MÍDIAS DIGITAIS COMO ESTRATÉGIA BIOPOLÍTICA PARA A DENÚNCIA DE CRIMES CONTRA AS MULHERES

Discente: Thalyson Pereira Gomes e Libegna Morais Bezerra

RESUMO DO PROJETO

A presente pesquisa trata-se de um desdobramento dos estudos desenvolvidos no doutoramento e busca dialogar com os trabalhos que estamos desenvolvendo no GELLIN (Grupo de Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários) do curso de Letras- Língua Portuguesa do Campus Avançado de Patu. Diante das leituras que versam sobre o discurso e feminismos, pretendemos investigar o uso das mídias digitais (Instagram, YouTube e Podcast) como estratégia biopolítica para a denúncia de crimes contra as mulheres. Amparada nos Estudos Discursivos Foucaultianos, com ênfase nas concepções de confissão, parresia, biopolítica e relações de poder/saber, buscamos compreender aspectos relevantes no que concerne a uma arquegenealogia do silêncio que circunda as sujeitas vítimas de violência psicológica, física e sexual. Considerando as mídias digitais como um espaço privilegiado para a denúncia de crimes contra as mulheres, elegemos como principal aporte teórico a genealogia da ética de Foucault. Além deste referencial, nos ancoramos em Perrot (2005, 2019), Grós (2018) e Corbin (2021), dentre outros, para compreender as questões relativas a uma história do silêncio, aos movimentos feministas e às práticas de obediência/desobediência. Desse modo, o percurso que faremos consistirá na observação e análise das confissões das mulheres nas mídias digitais e esperamos poder contribuir para dar voz a outras sujeitas para a denúncia dos crimes que as atingem.

Palavras-chave: Discurso. Biopolítica. Confissão. Parresia. Mídias digitais.

 

 

Edição 2021/2022

 
Professora coordenadora: Annie Tarsis Morais Figueiredo

Título do Projeto: “ENTRE PRAZERES ÍNFIMOS E PEQUENOS NADAS”: UM ESTUDO SOBRE COMUNIDADE E POLÍTICA DE VIDA NA PROSA CONTEMPORÂNEA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Discentes: Marina Raissa Emidia Gurgel e Severino Lopes dos Reis Filho

RESUMO DO PROJETO

Este projeto de pesquisa tem como objetivo analisar duas produções literárias contemporâneas, são elas: Luanda, Lisboa, Paraíso (2019), da escritora angolana Djaimilia Pereira de Almeida e O nosso reino (2012), do escritor português Valter Hugo Mãe. Nossa intenção é verificar como, nos dois romances, as políticas de vida são configuradas dentro da vida cotidiana de seus personagens centrais, cujas técnicas colonialistas (FANON, 2020) se fazem presente. A hipótese de leitura é que a força do querer viver advém das palavras, dos pequenos gestos, das sutilezas presentes nas relações interpessoais que criam comunidades de singulares (AGAMBEN, 2013) capazes de driblar a dor e superar as desigualdades sociais. Os personagens, inseridos em contextos desoladores, conseguem afirmar suas existências e percebem que é preciso “avivar o mundo com a força vital de nossas presenças” (RUFINO, 2019). Dessa maneira, trata-se de investigar como os personagens encenam relações comunitárias (ESPOSITO, 2007) que permitem o cultivo da singularidade e da biopotência em meio ao mundo assombrado pelo terror do processo colonial que parece não ter fim. Os estudos buscam compreender como os vínculos cotidianos e o diálogo ancestral, através das histórias orais, do sonho, das práticas e articulações coletivas instalam contramovimentos poéticos e políticos. Partimos da ideia de que tais narrativas se opõem à reificação da vida e ao saber eurocêntrico e nesse sentido, para o enquadramento teórico, nos aproximaremos da perspectiva de Luiz Antônio Simas (2020) e Luiz Rufino (2019; 2020) que pensam as demonstrações mais sutis da anticolonização, nos afetos, no imaginário e saber, gerando o que se compreende por sabedoria de fresta a partir da dobra na linguagem e dos contatos com perspectivas distintas. Nesse sentido, a literatura contemporânea realiza um profícuo diálogo sobre a complexa relação entre literatura, biopolítica e heranças coloniais. A partir disso, pretendemos contribuir com os estudos sobre a produção desses autores, pensando, sobretudo, como a criação literária possibilita refletir sobre as práticas de cultivo da vida e da comunidade. Os dois romances selecionados para efetuação da nossa pesquisa se referem às guerras de libertação nacional em Angola e Moçambique, por isso pensaremos também sobre a outra face da política de vida, a política de morte (MBEMBE, 2018). Assim, visamos compreender a literatura enquanto mediadora e produtora de conhecimento (DURÃO, 2019) em torno das questões biopolíticas e mais, enquanto território produtivo contra o desencanto e a perda da vitalidade, tendo como cerne a criação de um olhar anticolonial.

Palavras-chave: Comunidade. Políticas de vida. Personagens. Anticolonialismo. Literatura contemporânea de língua portuguesa.

 
   

Edição 2020/2021

 
Professora coordenadora: Annie Tarsis Morais Figueiredo

Título do Projeto: “O QUE VALE A VIDA AQUI?” A NECROPOLÍTICA TECIDA NA PROSA CONTEMPORÂNEA PORTUGUESA

Discentes: Tália Cristiane Elias Brito e Thanara da Silva Américo

RESUMO DO PROJETO

Pensar o valor da vida é uma das ações centrais da prosa contemporânea portuguesa. Dentro desse mesmo escopo estão os romances selecionados como corpus do presente projeto de pesquisa, a saber: A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge e O cus de Judas, de António Lobo Antunes. Esses dois textos requerem uma visita dolorosa aos horrores da Guerra Colonial portuguesa (Tengarrinha – 2000) em Angola e Moçambique. As duas narrativas discorrem sobre a banalidade do mal (Hannah Arendt – 1999) e o descarte da vida (Agamben – 1998/2004). Por essa via, os dois livros dialogam com o universo da necropolítica pensado pelo filósofo camaronês Achille Mbembe (2018) sobre os meandros do biopoder (Foucault – 2015/2008). Ao expor e problematizar quem deve viver e quem deve morrer, a literatura contemporânea lusitana se opõe às políticas de morte alimentadas pelos Estados nacionais que criaram e criam campos de concentração e espaços de segregação, quando na verdade deveriam lutar por espaços igualitários, pela equanimidade e justiça social entre os seres. É o Portugal do ditador Salazar que assombra o Portugal nas cartografias literárias (Rita – 2012) de Lídia Jorge e António Lobo Antunes. Nesse sentido, o objetivo central do nosso projeto é analisar a fragmentação dessas narrativas, tendo em vista sua conexão com as políticas de morte. Paralelamente, visamos compreender como essas duas produções literárias lusitanas configuram, sobretudo, a exploração e destruição do corpo negro (Mbembe 2018a/2018b e Sarr – 2019). Pretendemos, assim, contribuir com os estudos situados na interface Literatura e Filosofia, pensando a ausência de dignidade e o desamparo dessas existências, refletindo a respeito das várias formas de se opor ao poder sobre a vida e ir de encontro ao poder da vida. Para efetuação da investigação utilizaremos como aporte teórico inicial alguns estudos sobre metodologia de pesquisa nos estudos literários com Durão (2014), Pinheiro (2011) e Bosi (1988). Também consultaremos alguns textos fundamentais da crítica temática, como Curtius (1979), Bergez (2006), Tomachevski (2013) e para auxiliar na análise da posição do narrador e do artifício de fragmentação do texto literário, Reis (2013), Adorno (2003) e Wood (2012).

Palavras-chave: Literatura portuguesa contemporânea. Necropolítica. Banalidade do Mal. Narrador.
Narrativa fragmentada.

Professora coordenadora: Beatriz Pazini Ferreira

Título do Projeto: O TEATRO POPULAR NORDESTINO: TRADIÇÃO, MEMÓRIA E MODERNIZAÇÃO

Discentes: Antonio Welden da Silva Vieira e Naiara Sandi da Silva Gomes Saraiva

RESUMO DO PROJETO

O teatro popular proclama a necessidade da participação pública do homem nas atividades que exerce, de forma a (re)conhecer os caminhos da liberdade e da integração na vida social, trilhando literatura e política por meio das manifestações populares. O teatro popular demonstra as reflexões, os costumes e os problemas de uma região, que regularmente são esquecidos pela mídia e pelos críticos literários, porque, por meio desses cenários regionais, como o sertão, explicitam-se questões fundamentais dos contextos político e social: a exploração das minorias, do povo e os excessos de poder da burguesia. Considerando que o nordeste foi o grande palco cultural em que se buscou manter as raízes do popular, como os espetáculos de rua, o teatro popular, entre outras manifestações dramáticas, o projeto objetiva explorar o teatro popular brasileiro, em especial, da região nordestina, as influências, as interferências e os diálogos que serviram para o que Hermilo Borba Filho chamou de modernização do teatro brasileiro. Então, é necessário investigar autores do teatro popular, por exemplo, Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho e José de Moraes Pinho. Para tanto, ao longo da pesquisa, também são mencionados autores como Antônio Cadengue (2011), Ariano Suassuna (1977), Benjamin Santos (2007), Gilberto Freyre (1967), Joel Pontes (1966), Luís Maurício Carvalheira (1986), Luís Reis (2008) e Hermilo Borba Filho (1964, 1966, 1968, 1980 e 2007), que apresentam referencial teórico científico sobre os importantes movimentos teatrais populares ocorridos no nordeste, enfatizando a presença das produções dos criadores dos espetáculos/folguedos populares, por exemplo, o mamulengo e o bumba meu boi, como Cheiroso, Januário de Oliveira, José Petronilo e Dutra Manuel Amendoim, entre outros, esquecidos e/ou desconhecidos nos bancos acadêmicos. Referente aos estudos sobre a cultura popular, contribuições de Albuquerque Júnior (2001), Gilberto Freyre (1967) e Ricardo Germano (1926) são necessárias, pois defendem a tradição regional e acreditam que, para manter a cultura de um país, é importante manter a tradição artística regional, indo, muitas vezes, contra a europeização burguesa e a mercantilização literária. No que se refere ao material teórico e científico sobre teatro popular, é indispensável recorrer a autores como Joel Pontes (1966), Helena Kuhner (1975), além do próprio Borba Filho que possui uma vasta bibliografia na qual discute a modernização do teatro nacional, a partir do teatro popular. Para o aporte teatral, nomes como Anatol Rosenfeld (1985), Bertold Brecht (2005) e Sábato Magaldi (1965 e 1996) são importantes para se entender a evolução do gênero dramático e as manifestações dos recursos teatrais utilizados pelos dramaturgos e encenadores.

Palavras-chave: Teatro popular. Tradição. Memória. Modernização.

Professora coordenadora: Claudia Maria Felicio Ferreira Tomé

Título do Projeto: A BNCC e o DCRN – produções e significações curriculares em torno do ensino de literatura

Discentes: Antônia Neta dos Santos e Marília Ferreira do Nascimento Moura.

RESUMO DO PROJETO

Considerando a relevância do debate em tono da Base Nacional Comum Curricular e nesse debate o lugar ou lugares da literatura para a formação humana no âmbito da educação básica, esta pesquisa considera os deslocamentos do ensino de literatura, atentando para o alinhamento do Documento Curricular do RN: educação infantil e ensino fundamental, à base. O objetivo é analisar a produção curricular a partir de narrativas que signifiquem o ensino de literatura considerando o documento no âmbito dos anos finais do Ensino Fundamental e a sua tradução por professores de literatura de duas escolas estaduais. Tal documento é aqui considerado como arquivo, cuja tradução se pauta pela lógica derridiana de mal de arquivo (DERDA, 2001). Assim, a perspectiva adotada nesta investigação, recorre a uma visão pós-fundacional, cuja operação desconsidera apriorismos, visto que os sentidos são atribuídos no processo de tradução no qual há espaços, dizeres que não se pode controlar, o que assenta-se na concepção de currículo como enunciação cultural (MACEDO, 2006). Essa lógica autoriza esta pesquisa a utilizar uma metodologia qualitativa online e offline do tipo participante quer seja pela tradução de documentos, quer seja pela tradução de narrativas em aplicativo de conversação, de modo que ao tempo que traduz, produção um novo arquivo como produção curricular.

Palavras-chave: Base Nacional Comum Curricular. Documento Curricular do RN. Currículo, Ensino de Literatura.

Professora coordenadora: Francisca Lailsa Ribeiro Pinto

Título do Projeto: COMEÇAR DE NOVO: O ESPAÇO AFETIVO DE CELINA EM RAKUSHISHA, DE ADRIANA LISBOA

Discente: Everlandia de Azevedo Silva

RESUMO DO PROJETO

O presente projeto enfoca o espaço contemporâneo, na literatura brasileira de autoria feminina, enquanto lugar para compreensão sobre si ou ao qual estamos destinadas (os) a ir. Pensar criticamente o deslocar como um sujeito de não pertencer a uma posição fixa é problematizar a nova ordem social, esta orientada pelas mulheres em que configura o campo literário contemporâneo e as personagens femininas que dele fazem parte. Dessa forma, interessa-nos questionar as formas padronizadas presente na sociedade sobre o lugar do feminino a partir dos papeis de gênero no espaço de movência, tomando-se por base as análises e estudos literários, de forma a perceber as disputas e apaziguamentos de sujeitos, como é o caso das mulheres. Buscaremos então, estudar o romance contemporâneo Rakushisha de Adriana Lisboa (2003) que apresenta o espaço percorrido pela protagonista Celina como um pertencimento temporário, de uma identidade que afeta e é afetada pelos movimentos “não autorizados”, nos quais podemos por meio do aparente silêncio e anonimato da personagem assinalar a experiência do sujeito em trânsito nas sociedades, demarcada por tensões que legitimam novos espaços sociais. Torna-se possível, então, o diálogo teórico sobre o espaço de trânsito os estudos de Regina Dalcastagnè (2012) e Sandra Regina Goulart Almeida (2010), das discussões de gênero e o papel das mulheres no espaço público e privado os textos de Virgínia Woolf (2014) e Susan Okin (2008), da problematiza da posição da mulher enquanto um sujeito gendrado, “marcados por especificidades de gênero”, as considerações teóricas de Gayatri C. Spivak (2010) e da ideia de “casa afetiva”, do espaço íntimo (espaço de posse), os conceitos de Gaston Bachelard (1993). É nessa perspectiva, que o projeto, junto ao Departamento de Letras, propõe articular as discussões teóricas do espaço em constante processo, dos estudos de gênero e do texto ficcional produzido pela autora contemporânea como mais um passo para democratização de nossa vida literária, e de nossa vida cultural.

Palavras-chave: Deslocamentos. Espaço contemporâneo. Personagem Celina. Trânsito dos espaços e dos afetos.


Edição 2019/2020

Professora coordenadora: Annie Társis Morais Figueiredo

Título do Projeto: LITERATURA E BIOPOLÍTICA NA PROSA CONTEMPORÂNEA PORTUGUESA: UM DIÁLOGO POSSÍVEL

Discentes: Jonnas Azevedo da Silva e Sabrina de Paiva Bento

RESUMO DO PROJETO

Na literatura portuguesa contemporânea podemos encontrar críticas produtivas aos diversos modos de controle da vida, sejam nas configurações mais sutis, como a exploração do corpo pelos afetos e pela subjetividade ou nas formas mais evidentes de opressão e destruição, como a escravidão e o genocídio. Os modos quase imperceptíveis de controle são alimentados por práticas violentas em que a vida natural e biológica (zoé) se confunde com a esfera da vida política (bios); trata-se da gênese de formas perspicazes e mais poderosas de efetivação do poder: o biopoder. As vidas nuas (homo sacer), desamparadas pelas leis, dos homens comuns que são abandonados pela política do Estado (estado de exceção/campo de concentração), são matérias sobre o tempo presente dentro do fazer literário. Contudo, paralelamente ao controle das forças e energias do corpo-mente, há os movimentos contrários, os contrapoderes que são pontuais e constroem brechas transgressoras no cotidiano e arranjam novas formas de vida. Nesse sentido, o objetivo do nosso projeto é analisar como as produções literárias lusitanas giram em torno da exploração do corpo e manipulação dos afetos, mas, sobretudo, investigar como nelas há a presença de potências para a resistência (biopotência) traçando um movimento ambivalente que aponta para as formas de dominação e ao mesmo tempo para seus avessos e suas linhas de fuga. Pretendemos, assim, contribuir com os estudos situados na interface Literatura e Filosofia, pensando a ausência de dignidade e o desamparo dessas existências, refletindo a respeito das várias formas de se opor ao poder sobre as vidas que são experimentadas pelos personagens de O apocalipse dos trabalhadores (Valter Hugo Mãe) e Aprender a rezar na era da técnica (Gonçalo M. Tavares). As duas narrativas selecionadas para efetuação da nossa investigação se inserem dentro do conceito criado por Michel Foucault (biopoder) e que foi reaberto e ampliado para pensar o contemporâneo por Giorgio Agamben (2004), Roberto Esposito (2010) e Peter Pál Pelbart (2003), a saber, nossos principais teóricos. Desta forma, visamos compreender a literatura portuguesa produzida hoje enquanto debatedora das questões biopolíticas e mais, enquanto configuradora de territórios de resistência.

Palavras-chave: Literatura portuguesa contemporânea; Resistência; Biopolítica; O apocalipse dos trabalhadores; Aprender a rezar na era da técnica.

Professora coordenadora: Beatriz Pazini Ferreira

Título do Projeto: A LITERATURA POPULAR: VEIA MEMORIALÍSTICA, TRADIÇÃO VIVA E RESISTÊNCIA

Discentes:  Antonio Welden da Silva Vieira e Naiara Sandi da Silva Gomes Saraiva

RESUMO DO PROJETO

A literatura popular proclama a necessidade da participação pública do homem nas atividades que exerce, de forma a (re)conhecer os caminhos da liberdade e da integração na vida social trilhando literatura e política por meio das manifestações populares. O nordeste foi o grande palco cultural de interesse nacional em que se buscou manter as raízes do popular: literatura de cordel, espetáculos de rua, teatro popular, poesia oral, entre outros, por isso a necessidade de explorar a literatura popular brasileira, em especial a região nordestina, as influências, as interferências e os diálogos que serviram para a construção da identidade cultural. Para essa pesquisa, aproveitaremos, ao longo das discussões do trabalho, autores como Ariano Suassuna, Gilberto Freyre, Joel Pontes, Hermilo Borba Filho e Valdemar de Oliveira que apresentam referencial teórico e científico sobre os importantes movimentos culturais populares ocorridos no nordeste e que conduzirão nossas discussões. Eles também enfatizam a presença das produções dos criadores do teatro popular como o Mamulengo e o Bumba meu boi, por exemplo. Destacamos Cheiroso, Januário de Oliveira, José Petronilo e Dutra Manuel Amendoim, entre outros, estes talvez esquecidos e/ou desconhecidos nos bancos acadêmicos. Na literatura de cordel, importante gênero da tradição viva da poesia popular, destacamos os poetas Arievaldo Viana, João Martins de Athayde e Leandro Gomes de Barros, além de outros cordelistas amadores que serão explorados ao longo dessa pesquisa. No que se refere ao material teórico e científico, Luiz de Câmara Cascudo possui uma vasta bibliografia indispensável para a realização deste estudo, visto que aborda toda a tradição oral e popular do folclore brasileiro, assim como João Ribeiro (1969) e Silvio Romero (1954). Também aproveitaremos as lições de Amadeu Amaral (1948), Marcos Ayala e Maria Ignez Novais Ayala (1987) e Renato Ortiz (1985) que destacam a cultura popular na construção da identidade nacional. Para o estudo da (re)significação e da representação da identidade cultural e as subjetividades sociais, são indispensáveis autores como Homi Bhabha, (1998) e Roger Chartier (1990).

Palavras-chave: Literatura popular; memória e tradição; identidade cultural.

Professora coordenadora: Claudia Maria Felício Ferreira Tomé

Título do Projeto: TORNAR-SE PROFESSOR NA ITINERÂNCIA: PROJETOS FORMATIVOS E ATRIBUIÇÃO DE SENTIDOS À FORMAÇÃO

Discentes: Antônio Alves de Oliveira Neto e Luciana Carla da Silva

RESUMO DO PROJETO

Este projeto amplia estudos de projetos anteriores no que toca a forma como projetos de formação no âmbito da formação do licenciando em letras Língua Portuguesa e respectivas licenciaturas vêm sendo produzidos como textos curriculares, focando mais especificamente projetos relacionados ao ensino e a iniciação à docência. Este, ora apresentado, toma como foco dois projetos de extensão no âmbito do Departamento de Letras Língua Portuguesa e respectivas Literaturas. Assenta-se na concepção de currículo como enunciação cultural (MACEDO, 2006) e numa teoria curricular itinerante (PARASKEVA, 2018) que, em diálogo com autores pós-coloniais como Bhabha (2013) e Hall (2013) , considera que a cultura passa a ser recolocada no bojo de uma teoria curricular com ênfase no discursivo. Nesse sentido, os projetos de extensão são concebidos também como texto curricular itinerante, o que lança para lógica de uma produção por enunciação da cultura, produção de sentidos e como representação, diferentemente do que ocorre em estudos em que a cultura é entendida como objeto de ensino. O objetivo é entender o processo pelo qual os textos curriculares têm produzido sentidos, por intermédio de projetos de extensão. A hipótese, que se alicerça em estudos anteriores, é de que currículo tem sido visto em cadeias que aprisionam a um sentido universal, o que nega a própria dinâmica de espaços-tempos de enunciação. Este espaço tempo é cultural e podendo ser itinerante, o que escapa a uma matriz curricular engessada. Daí porque esta pesquisa valoriza espaços-tempos de enunciação em propostas em efetivação de projetos de extensão como produção curricular que constitui o licenciando de Letras Língua Portuguesa e respectivas Literaturas do Campus Avançado de Patu-UERN.

Palavras-chave: Currículo, extensão, espaço-tempo, itinerante licenciando

Professora coordenadora: Francisca Lailsa Ribeiro Pinto

Título do Projeto: UM ESPAÇO CONTESTADO: AS VOZES SÃO OUTRAS NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA

Discentes: Eliane Maria Da Silva, José Nilton Pereira de Moura Júnior, Sebastiana Braga Ferreira

RESUMO DO PROJETO

O presente projeto enfoca o espaço enquanto categoria fundamental para compreensão sobre si e sobre o mundo, de se perceber visível nele. Não é diferente ao pensar na configuração do campo literário contemporâneo e as novas vozes que problematizam a questão do espaço e do gênero. Dessa forma, acaba-se por realizar análises e estudos literários, de forma a perceber as disputas e apaziguamentos de sujeitos, como é o caso das mulheres, como um grupo de caráter heterogêneo e por vezes complexo. Buscaremos então, analisar os romances da literária contemporânea que apresentam o espaço contestado, de vozes “não autorizadas” ao fazer Literatura, nos quais podemos por meio do aparente silêncio e anonimato de algumas personagens femininas, assinalar a experiência literária demarcada por tensões que legitimam novos espaços sociais, tendo como eixo os romances Rakushisha, de Adriana Lisboa, Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adiche e Diário de Bitita, de Carolina Maria de Jesus, e como embasamento teórico sobre o espaço contestado os estudos teórico-críticos de Regina Dalcastagnè (2012), a partir das discussões de gênero de Woolf (2014), Perrot (2016) e das considerações teóricas de Massey (2008), Safatle (2016) sobre a ideia de espaços de afetos. É nessa perspectiva, que o projeto, junto ao Departamento de Letras, propõe articular as discussões críticas do espaço contestado, dos estudos de gênero e dos textos ficcionais produzidos pelas autoras contemporâneas como mais um passo para democratização de nossa vida literatura, e de nossa vida cultural.

Palavras-chave: Espaço contestado. Literatura Contemporânea. Novas vozes. Mulheres.

Professora coordenadora: Aline Almeida Inhoti e Antônia Sueli da Silva Gomes Temóteo

Título do Projeto: PROFESSORES E(M) FORMAÇÃO: PRÁTICAS DE LETRAMENTO ACADÊMICO EM UM CURSO DE LETRAS

Discentes: Thauan de Paiva Costa, Ana Cristina Alves da Silva, Rosângela Felix de Oliveira, Ewerton Felipe Melo Lopes e Roberta Bezerra Marinho.

Este projeto filia-se ao campo da Linguística Aplicada, objetivando integrar acadêmicos do primeiro ano do curso de Letras e áreas afins com as práticas de leitura, interpretação e produção de diversos gêneros discursivos que circulam no contexto universitário e, também, com as habilidades e capacidades necessárias para o desenvolvimento dessas práticas. O domínio social é a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, especificamente o Campus Avançado de Patu. A problemática baseia-se na reprodução de que alunos da graduação possuem dificuldades quando necessitam desenvolver atividades que envolvam a escrita acadêmica, dificuldades estas que impõem obstáculos à formação docente. Trata-se de um projeto amparado teórica-metodologicamente na Etnografia da Linguagem (BARTON, 1994, ERICKSON, 1990; FIAD, 2013, 2015), Novos Estudos do Letramento (GEE, 1996, 2001, 2004; STREET, 1995, 2003, 2010; BARTON; HAMILTON, 1998; LILLIS, 2001, 2003; LEA & STREET, 1998; ZAVALA, 2010, 2011), estudos decoloniais (QUIJANO, 2014), WALSH (2017), (MIGNOLO, 2010) e estudos bakhtinianos (BAKHTIN, 2010; BAKHTIN, M./VOLOCHÍINOV, 2009). Diante do objetivo da pesquisa, o trabalho propõe um olhar êmico dos fatos e pressupõe que práticas letradas organizadas em sala de aula podem contribuir para o letramento acadêmico de alunos e para a constituição da identidade acadêmica.

PALAVRAS CHAVES: Letramento acadêmico. Práticas letradas. Escrita acadêmica. Apoio estudantil.


Edição 2018/2019

 
Professora coordenadora: Claudia Maria Felício Ferreira Tomé

Título do Projeto: A INVENÇÃO PROFESSOR: DAS EXPERIÊNCIAS CURRICULARES NO ESPAÇO-TEMPO DE PROGRAMAS E PROJETOS FORMATIVOS

Discentes: Maria Clara Fernandes de Andrade, Síria Dantas de Moura e Felícia Pinheiro Gomes

Financiador(es): Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – Bolsa.

RESUMO DO PROJETO

Este projeto tem por objeto de análise a temática dos estudos sobre a formação do licenciando, a qual faz duplo com o currículo. Com destaque para programas de monitoria e de iniciação à docência, assim como projeto de ensino desenvolvidos pelos alunos do Departamento de Letras do Campus Avançado de Patu, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – CAP/UERN; a proposta é uma investigação da experiência no ensino relacionada a programas e projetos formativos como espaços-tempo curriculares em que o licenciando vai se constituindo como professor. Investigar essas produções em múltiplos contextos passa pela lógica de que os programas e projetos compõem linhas de uma maquinaria pela qual o currículo tem inscrito o professor a partir das relações, quer seja com o ensino superior e/ou com a educação básica. Nesse sentido, o objetivo da pesquisa consiste em traduzir relações que materializam práticas, subjetivam e produzem o professor. A partida é interrogar as formas e processos que estas relações vêm sendo produzidos dentro e fora de uma matriz curricular aferrolhada à disciplinarização, o que vem sendo feita pelas teorizações pós-críticas. Estas têm dado centralidade a linguagem como um sistema de significação e, portanto, ampliado as possibilidades de investigação no âmbito de práticas discursivas. Além disso, tais teorias, a exemplo do pós-estruturalismo e pós-colonialismo têm permitido a defesa da indissociabilidade formação e currículo por significar formação no devir-espaço do tempo e no devir-tempo do espaço (DERRIDA, 1991) em que ser é sempre sendo. Dito isto, este projeto considera a linguagem como “lastro” de significações, que escapam ao currículo prescritivo, pelo deslizamento-deslocamento das experiências de matriz curricular para programas e projetos de práticas formativos complementares.

Palavras-chave: Currículo. Linguagem. Formação. Experiências. Sujeito.


Edição 2017/2018

 
Professora coordenadora: Claudia Maria Felício Ferreira Tomé

Título do Projeto: PRODUÇÃO CURRICULAR EM PRÁTICAS DE LETRAMENTO DIGITAL: SIGNIFICAÇÕES NA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

Discentes: Maria Lara Alves Rocha, Noemia de Sousa Silva Neta e Wellerson Batista de Lima

Financiador(es): Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – Bolsa.

Fonte: Elaborado pelo NDE/DLV/UERN.

 

Projetos de pesquisa institucionalizados pela UERN

PROJETOS DE PESQUISA INSTITUCIONALIZADOS PELA UERN
Edição 2020/2021
Professora coordenadora: Annie Tarsis Morais Figueiredo

Professora colaboradora: Francisca Zuleide Duarte de Souza

Título do Projeto: “O SONHO É O OLHO DA VIDA”: ENCANTAMENTO & POLÍTICA DE VIDA NA PROSA CONTEMPORÂNEA AFRICANA

Discentes: Ingrid Miranda de Morais Medeiros e Thássio de Paiva Costa

Professora coordenadora: Francisca Lailsa Ribeiro Pinto

Título do Projeto: CALEIDOSCÓPIO TEÓRICO DO PENSAMENTO FEMINISTA NA LITERATURA DE AUTORIA FEMININA

Discente: Eliane Maria da Silva, Erica Nunes dos Santos, Everlandia de Azevedo Silva, José Nilton Pereira de Moura Júnior, Maria Heloísa Alves Lins, Micharlane de Oliveira Dutra (egresso), Michelle Jardênia Araújo Rodrigues (egresso), Sebastiana Braga Ferreira (egresso), Severino Lopes dos Reis Filho, Wênia Batista de Lima.

RESUMO DO PROJETO

Este projeto intenciona aprofundar a análise e a compreensão dos textos literários com personagens femininas, a partir dos estudos da compreensão do panorama histórico do pensamento feminista, observando o recorte desse movimento com base nas nuanças da literatura, restringindo as leituras nas categorias de direitos ao corpo, ao planejamento familiar, a vida pública das mulheres, sem prejuízo para o projeto, diante da infinidades de interpretações que é o texto literário. O projeto propõe a leitura dos romances contemporâneos Meus queridos estranhos de Lívia Garcia-Roza (2005) e Por que sou gorda, mamãe? de Cíntia Moscovich (2006), e dos textos teóricos e críticos sobre a história das mulheres, visando também promover uma ampliação no repertório de leitura dos discentes-pesquisadores; incluindo também textos fundamentais para análise crítica das narrativas, que fornecem a base para a interpretação das personagens protagonistas, em relação aos deslocamentos políticos e desconfortos de cada época até a contemporaneidade, ou seja, dos problemas levantados por cada voz feminista no seu devido tempo histórico. Intenta-se ainda que o estudo investigativo com os textos literários possam contribuir com a formação leitora dos futuros docentes para incremento nos estudos literários em sala de aula. A fundamentação teórica e crítica tem como diálogo os textos de WOOLF (2014), BEAUVOIR (2016), BUTLER (2017), DAVIS (2016). Pois, se falamos de desigualdades no contemporâneo, também devemos acreditar na possibilidade de mudanças a partir da recontagem da história das mulheres capítulo a capítulo.

Palavras-chave: Literatura de Autoria Feminina. Panorama do Pensamento Feminista. Questões de Gênero. Formação de leitores.

Fonte: Elaborado pelo NDE/DLV/UERN.